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quarta-feira, julho 23

CARPACCIO

Eu sei fazer carpaccio: a vida é boa, enfim. Só essa linha já valeria romper o silêncio que segue desde abril, mas tem mais.


Quem me conhece sabe adoro comida: cozinhar, provar coisas novas, inventar e, claro, comer. Tinha uns dezessete anos, ou menos, quando experimentei carpaccio a primeira vez. Na época, não era nada popular, eu nunca tinha ouvido falar. A mãe de duas amigas minhas, que cozinha super bem, estava servindo como entrada em um jantar na casa delas. A madrinha delas me explicou como se comia, lembro até hoje. Depois daquele dia, não parava de pensar em carpaccio, um verdadeiro caso de amor à primeira vista culinário.

Sempre me perguntei como se fazia. Dizia a lógica que cortar fininho um pedaço de carne nobre congelada bastaria. Nunca tinha tentado, até hoje. Não sei porquê, pra mim o carpaccio tinha essa aura de inatingível. Foi meio por acaso o que aconteceu hoje, eu estava tentando fazer outra coisa e no meio disso resolvi tentar o carpaccio. A lógica não me falhou. Era só cortar bem fininho com uma faca bem afiada. Claro, não ficaram aquelas fatias redondinhas como de compasso, igual ao carpaccio que a gente compra. Ainda assim, eram fatiazinhas transparentes de deliciosíssima e nada saudável carne vermelha e o melhor de tudo: com gosto de carpaccio! (cara de êxtase)

Tudo o que eu precisava nesses dez anos era um freezer, uma boa faca e iniciativa, pra comer carpaccio ao invés de ficar pensando nele. Pior de tudo é que eu detesto texto com "moral da história".

sábado, abril 19

A MATEMÁTICA, A ARTE, O ACASO E EU

Eu estava lá naquele curso e queria estudar arte e matemática, mas acabou virando só matemática. Então eu quis ser só artista mesmo, mas artista não tem grana nem prestígio, então eu quis ser publicitária. Publicidade não rolou, então foi a arte mesmo. 'Só matemática' era bem mais legal, já que curso de matemática é bem mais 'só matemática' do que curso de arte é arte. Agora, a vida tem índices múltiplos e eu me sinto grata ao acaso.

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domingo, março 2

O MEU VIDRO FICA ABERTO

Há quem diga que quando se está num relacionamento deve-se sempre contar com a possibilidade de um término, pra não ser pega desprevenida. Eu não consigo absorver essa idéia, simplesmente não funciono assim. Se estou contando com a possibilidade de não ter mais aquela certa pessoa, é porque estou flertando com a idéia. Seriam necessárias duas de mim pra estar de verdade num relacionamento e não contar com ele 100%.
Pra mim, metade da graça de ter alguém é poder dar tudo, confiar mesmo. Arriscado é claro que é, como não? Mas é como aquela atitude do paulistano paranóico típico, que morre de calor, mas deixa os vidros fechados no farol vermelho, com medo de ser assaltado. Eu prefiro talvez ser assaltada a com certeza passar calor. O bom mesmo é ter ar condicionado, né? Só que não inventaram ar condicionado pra relacionamento ainda.

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segunda-feira, fevereiro 18

DESABAFO

Não, a vida não é justa. As coisas certas acontecem da maneira errada e as erradas, a toda hora. Ou eu é que não estou vendo a justeza da vida. Pra mim, dá no mesmo.

Enche a gente de porquês, que seguem sem resposta, e também raiva, revolta, autopiedade, que não dão em nada. Mas se a vida não é justa, eu também não preciso ser coerente.

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terça-feira, janeiro 22

A CONDIÇÃO FEMININA

Tem você e tem os monstros.
O sentimento é um. Mil serpentes em chamas contorcendo-se no seu estômago, um furacão, um vulcão, tempestade. O que você entende não é o que controla e mesmo quando se espera o golpe o impacto é o mesmo.
O outro é o mundo, cheio de olhos pra te ver.

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sábado, janeiro 19

VERDADES

Tempero suave, esse...
A comida estava sem gosto.

A banda expressa uma simplicidade moderna.
Ninguém na banda sabe tocar.

Um sujeito que sabe aproveitar a vida!
Irresponsável, inconseqüente e mulherengo.

Esse exercício tem umas sutilezas.
Praticamente impossível.

Excepcional!
(Esse pode ser muitas coisas e nenhuma é boa.)

Não fiz o melhor que eu podia hoje.
Estava com a maior preguiça e fez tudo de qualquer jeito.

Ficou meio diferente, né?
Ficou horrível.

Esta obra é uma releitura de um Cézanne famoso.
Tentou copiar a obra, saiu tudo diferente e chamaram de releitura.


Agradecimentos: Pedro Lisboa





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quarta-feira, janeiro 16



Era feia e estava fazendo compras no mercado. Normal. O homem que estava com ela, igualmente normal, chamou: "vem, amor, achei". Na mesma hora, eu pensei "ela tem alguém pra chamá-la de 'amor'". Ela é feia e compra margarina, eu não gosto de margarina, mas ele a chama de 'amor'.
Acho que estou sozinha demais. E soa o alarme, agora. É que mulher não pode dizer que está se sentindo só.

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DE SÃO PAULO

Fui a São Paulo depois de dois anos e meio sem visitar a cidade, para passar dois dias. Recepcionaram-me nada menos que duas horas de trânsito engarrafado. No outro dia, quase fui atropelada tentando atravessar na faixa de pedestres e um rapaz muito simpático me sussurrou que ia me dar uma facada, no metrô Barra Funda. Resultado: os dois dias viraram quatro mais uma vontade enorme de voltar a morar em São Paulo.